sábado, 5 de setembro de 2015

CORPO FÍSICO, HEREDITARIEDADE E EDUCAÇÃO

Embora a forma física do futuro reencarnante possa depender dos cromossomos paternos e maternos, temos que levar em conta o próprio Espírito que reencarna trazendo consigo toda a bagagem evolutiva que conquistou nos milênios afora.  Herdamos o corpo físico que nós mesmos ajudamos a construir nos milênios passados e trazemos nossa bagagem milenária que se manifestará gradualmenmte, conforme o desenvolvimento dos órgãos.

Embora o corpo físico possa trazer tendências hereditárias, o Espírito possui condições para superá-las, de acordo com sua vontade e persistência no bem, imprimindo ao novo corpo, nova direção evolutiva.  Na verdade, as tendências e as "tentações" que cercam o Espírito reencarnado desde os primeiros dias de vida são desafios ao Espírito, que ao vencê-las, avança em sua escalada evolutiva.


"O organismo dos nascituros, em sua expressão mais densa, provém do corpo dos pais, que lhes entretêm a vida e lhes criam os caracteres com o próprio sangue; todavia, em semelhante imperativo das leis divinas para o serviço de reprodução das formas, não devemos ver a subversão dos princípios de liberdade espiritual, imanente na ordem da Criação Infinita.  Por isso mesmo, a criatura terrena herda tendências e não, qualidades.  As primeiras cercam o homem que renasce, desde os primeiros dias de luta, não só em seu corpo transitório, mas também no ambiente geral a que foi chamado a viver, aprimorando-se; as segundas resultam do labor individual da alma encarnada, na defesa, educação e aperfeiçoamento de si mesma nos círculos benditos da experiência (...) Todavia, se a alma que regressa ao mundo permanece disposta ao serviço de auto-elevação, sobrepairará a quaisquer exigências menos nobres do corpo ou do ambiente, triunfando sobre as condições adversas e obtendo títulos de vitória da mais alta significação para a vida eterna." (grifo nosso) (MISSIONÁRIOS DA LUZ - CAP. 13)

Ao renascer, o Espírito sofre esquecimento temporário de seu passado, embora suas estruturas mentais continuem ativas, manifestando-se gradualmente, desde o nascimento, em forma de tendências, preferências, habilidades, pendores e propensões que o Espírito manifesta, gradativamente, e que representam as conquistas efetuadas em múltiplas encarnações passadas.

No que se refere à hereditariedade, Léon Denis, no livro O Problema do Ser, do Destino e da Dor, Cap. XV, nos diz:

"O gênio, dizíamos, não se explica pela hereditariedade nem pelas condições do meio.  Se a hereditariedade pudesse produzir o gênio, ele seria muito mais frequente. A maior parte dos homens célebres teve ascendentes de inteligência medíocre e sua descendência foi-lhes notoriamente inferior.  Sócrates e Joana D'Arc nasceram de famílias obscuras.  Sábios ilustres saíram dos centros mais vulgares, por exemplo:  Bacon, Copérnico, Galvani, Kepler, Hume, Kant, Locke, Malebranche, Réaumur, Spinoza, Laplace, etc.  J.J.Rousseau, filho de um relojoeiro, apaixona-se pela Filosofia e pelas Letras na loja do seu pai; D'Alembert, enjeitado, foi encontrado na soleira da porta de uma igreja e criado pela mulher de um vidreiro.  Nem a ascendência nem o meio explicam as concepções geniais de Shakespeare." (...)

"Há, contudo, casos em que o talento, a memória, a imaginação, as mais altas faculdades do espírito parecem hereditárias.  Essas semelhanças psíquicas entre pais e filhos explicam-se pela atração e simpatia; são Espíritos similares atraídos uns para os outros por inclinações análogas e que antigas relações uniram...  Evidentemente as altas Inteligências, a fim de manifestarem com mais liberdade suas faculdades, escolhem, para reencarnar, um meio em que haja comunhão de gostos e em que os organismos materiais se vão, de geração em geração, acomodando às aptidões, cuja aquisição elas prosseguem.  Dá-se isso particularmente com os grandes músicos, para quem condições especiais de sensação e percepção são indispensáveis;(...)"

FONTE: EDUCAÇÃO DO ESPÍRITO - INTRODUÇÃO À PEDAGOGIA ESPÍRITA / WALTER OLIVEIRA ALVES.  ARARAS, SP, 8a.EDIÇÃO., IDE, 20014.

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